domingo, 31 de maio de 2020

História de amor - Mercedita


Quem me conhece sabe que fui criada ouvindo música, tenho uma memória musical latente dentro de mim. Minha mãe era professora de música e dava aula de acordeon e violino em casa, não ensinava piano, pois não tinha o instrumento, vida muito humilde mesmo, mas sabia música como ela só! Tocava órgão na Primeira Igreja Batista, era uma levita nas teclas, ela tirava o hino (modo de falar) na hora do louvor, para que toda congregação de irmãos louvassem a Deus. Uma bênção! Quando criança tive o prazer de acompanha-la na igreja e ficar pertinho dela, ao lado do órgão, admirando todo aquele grande espetáculo divinal. Como perdi tempo na vida! Minha mãe também tocava harpa, não a vi tocando, penso por ser um instrumento incomum, sei, pois, ela contava em suas poucas conversas. Uma vez ela disse, que chegou até tocar o hino nacional numa máquina de escrever, num clube social que tinha na rua Alberto Torres da nossa cidadezinha. Acredito. 

Assim passei minha juventude ao som das "breves" e "semi-breves". A música é eterna, mas a vida é frágil e breve, cheia encantos e cantos, às vezes no tom certo, outras fora do tom. Mas, vou aprendendo a viver, muito mais agora, em meio à crise sanitária, econômica e política que vivemos, um tempo de incertezas, ódio, intolerância, onde uma pandemia continua matando gente, e ainda temos que ouvir:  e daí?

Nada como a música para nos acalentar! Essa nos acordes do acordeon, é belíssima! A música "Mercedita" é uma linda homenagem a uma história de amor não correspondida, muito conhecida na Argentina, entre Ramon Sixto e Mercedes. Histórias de amor são sempre inspiradoras! 

MERCEDITA

Que doce tem
Mercedita suas lembranças
Perfumada, florida
Amor meu de uma vez

A conheci no campo
A muito tempo em uma tarde
Onde crescem os rigos
Condados de Santa Fé

E assim nasceu nosso querer
Com ilusão, com muita fé
Mas não sei porque a flor
Murchou e foi morrendo

E amando-a com louco amor
Assim cheguei a compreender
O que é querer, o que é sofrer
Porque lhe dei meu coração

Vagando como uma queixa
Flutuante no campo vai
O eco do meu canto
Lembrando daquele amor

Mas, apesar do tempo
Decorrido é Mercedita
lenda que hoje palpita
No meu canto nostálgico

E assim nasceu nosso querer
Com ilusão, com muita fé
Mas não sei porque a flor
Murchou e foi morrendo

E amando-a com louco amor
Assim cheguei a compreender
O que é querer, o que é sofrer
Porque lhe dei meu coração.


Merceditas (ou Mercedita) é uma conhecida canção do folclore argentino, em ritmo de chamamé, composta e gravada com êxito por Ramón Sixto Ríos, na década de 1940. Alcançou sucesso nacional e internacional com as gravações de Ramona Galarza em 1967 e do grupo Los Chalchaleros em 1973. Trata-se de uma canção de amor não correspondido, considerada, junto a "Zamba de mi esperanza", como a mais famosa música folclórica da Argentina e uma das treze mais populares desse país.
Em 1939, o músico Ramon Sixto Rios, nascido na antiga cidade da Federación, foi um jovem de 27 anos que chegou na cidade de Humboldt para atuar em um grupo de teatro na Sarmiento Club.
Lá ele conheceu Mercedes Strickler Khalov (1916-2001), a quem todos chamavam Merceditas, uma bela e Camponesa, loira de olhos azuis, três anos mais jovem, que vive em um laticínio de leite localizado na zona rural em torno da cidade de Humboldt, na província de Santa Fe. Merceditas, filha de imigrantes alemães, havia perdido seu pai quando ela era uma garotinha e, desde então ele teve que assumir a pousada com a mãe e a irmã. 
Esse primeiro encontro teve lugar no Sarmiento Club de Humboldt. Ela usava um vestido branco e usava os cabelos longos e encaracolados e ele tinha um terno trespassado e estava penteando o gel de cabelo.
Merceditas e Ramon começou uma relação formal, que permaneceu dois anos, alimentada pelas cartas que eles trocaram, pois ele viveu em Buenos Aires, mais de 500 quilômetros de distância.
Em 1941, Rios decidiu propor o casamento, e ele viajou para Humboldt com anéis. Mas, inesperadamente, Merceditas rejeitou sua proposta:
Eles se separaram passado no terminal de ônibus da Esperança. Apesar da pausa, Ramon e Merceditas continuou a escrever vários anos, até que parou de responder, em 1945. Ele insistiu, no entanto, mais alguns anos, passando as cartas que lhe causava dor que o amor não correspondido:
Ramón Ríos continuou a sua vida e se casou com outra mulher, que enviuvara apenas dois anos depois. Em 1980, uma revista de Buenos Aires, publicou uma nota, que incluiu uma entrevista com Merceditas. Rios escreveu uma carta pedindo-lhe para ir para Buenos Aires, reunião que se materializou logo depois. Ele voltou a propor casamento, mas ela se recusou novamente. Mantiveram-se em contato estreito até a morte de Rios, 25 de dezembro de 1994, quando ele tinha 81 anos. Seu último ato foi legar os direitos da canção. Ela viveu até os 84 anos e morreu sem deixar filhos em 8 de julho de 2001. Até o último momento vivido com a sensação de que Deus havia punido por seu comportamento. (fonte: wikipédia)

sábado, 30 de maio de 2020

Famigerado


Nesse tempo de isolamento, ou melhor distanciamento social (remete a algo mais leve) estou tendo  o privilégio e tempo de sobra, de estar mais perto das letras, leitura, palavras. Que bom! Não sei o porquê das contas, vim parar nesse texto Famigerado de Guimarães Rosa. Engraçado é que a "web" nos leva por caminhos antes não conhecidos. E assim cheguei até esse conto, uma narrativa Roseana (aprendendo) o qual achei muito interessante. Fiquei curiosa igual ao jagunço Damásio querendo saber o que é Famigerado?!
"De fato, "famigerado" quer dizer "famoso, importante, que merece respeito". Mas boa parte das pessoas usa esse termo com o sentindo de "maldito, desgraçado". Há uma forte possibilidadede que essa tinha sido a intenção do moço do governo."
"O conto "Famigerado" traz pra gente de maneira bastante clara o momento da chegada do jagunço, desse sertanejo bravo. O narrador é um contador de história. O narrador define o medo  de maneira bastante poética, quando diz: "O medo é a extrema ignorância em momento muito agudo."(G.Rosa)  Esse conto traz o encontro de duas fragilidades demasiadamente humanas, ou seja, a ignorância e o medo. A ignorância do jagunço, desse sertanejo que não sabia o significado da palavra Famigerado, e o medo do personagem intelectualizado que servia do decifrador da palavra. São duas características extremamente humanas que se encontram, a linguagem intelectuazada a linguagem do povo, e nesse entra o conflito em ação. As linguagens são personagens. A ignorãncia representada pela fala do sertanejo, e o medo representado pela fala do intelectual. Os dois personagens que são antagõnicos, tanto o jagunço como o intelectual. Um com a linguagem formal  e outro com a linguagem informal, uma representa o medo e o outro a brabeza. O mesmo que habita o medo possui uma linguagem intelectualizada, enquanto o bravo habita a ignorância do saber dos letrados, portanto eles se completam e se igualam em suas fraquezas. inguém é totalmente sábio de tudo, temos falhas; ninguém é tão poderoso que não tema o que não saiba."
(fonte: youtube :trago um livro)
"Damazio, o jagunço, procura o médico no arraial para esclarecimento a respeito da palavra “famigerado” porque acha que foi ofendido pelo moço do Governo que assim o denominou. Quando questionado pelo jagunço, o médico, para evitar maiores problemas, oferece-lhe o primeiro significado da palavra, engambelando, desta forma, o homem do sertão e evitando possível violência."
 Vamos à leitura! Clica no link abaixo

Guimarães Rosa foi um dos mais importantes escritores brasileiros do modernismo, além de ter seguido a carreira de diplomata e médico. Foi o terceiro ocupante da Cadeira nº 2 da Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1967. Fez parte da terceira geração modernista, chamada de "Geração de 45".

João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, Minas Gerais, no dia 27 de junho de 1908.Desde pequeno, Rosa estudou línguas (francês, alemão, holandês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, russo, latim e grego). Por conseguinte, cursou os estudos secundários num colégio alemão em Belo Horizonte .
Pouco antes de entrar para a Universidade, em 1929, Guimarães já anuncia sua maestria com as letras, onde começa a escrever seus primeiros contos. Em 1930, com apenas 22 anos, formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais, ano que casa-se com Lígia Cabral Penna, com quem teve duas filhas.
Foi Oficial Médico do 9º Batalhão de Infantaria, quando em 1934, ingressa para a carreira diplomática, no Itamaraty. Guimarães Rosa foi Patrono da cadeira nº 2 na Academia Brasileira de Letras, tomando posse três dias antes de morrer, no dia 16 de novembro de 1967.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

João Paulo Seixas - Mestrado TI



É filho, em meio a essa pandemia e ainda ter que defender uma tese de conclusão de Mestrado, mostra muito bem o que você almeja alcançar com os estudos. Sei que ao acordar pela manhã, foi para sua bancada de estudos e me pediu pra não ser incomodado por nada, pois, algo importante precisava fazer. Assim mantive o respeito. Passado algum tempo, você chegou sorridente dizendo: ¬ terminei o Mestrado! Eu disse: ¬ Glória a Deus! E foi assim, diante dessa telinha mágica que você apresentou o trabalho "online", e obteve aprovação dos professores, com a orientadora,  possibilitando sua conclusão do Mestrado na área, TI. Parabéns pelo esforço e dedicação no que faz! Fico orgulhosa da sua busca pelo saber, da sua inteligência, da capacidade de sempre querer galgar lugares mais altos. Que Deus abençoe sua vida profissional! Continue sendo esse filho maravilhoso, responsável, amoroso. Grandes salas te esperam! Tá profetizado. Amém!


vc pode, vc consegue, vc vai 
29 maio de 2020

Saudades ... casamento


Há 38 anos eu disse o "sim" com o coração cheio de amor por você. Nesse dia casei com a paixão da minha vida, com o melhor homem que conheci. Nesse momento das trocas de alianças eu estava longe de imaginar toda felicidade que me aguardava ao seu lado. Foi a escolha mais certa que Deus me proporcionou. Tudo que admiro num marido num ser humano você possuía, era completo nosso amor. Foi meu verdadeiro amigo e meu grande confidente. Foi 37 anos casados e 7 de namoro, 44 anos cheios de emoções e momentos maravilhosos! Você me fez muito feliz, todos esses anos. Obrigada por tudo Bastião! Não tem como deixar de lembrar desse dia 29/05/82. Te amo!

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Saudades ...


... é tão difícil olhar o mundo ver, o que ainda existe. 
Pois sem você meu mundo é diferente. 
Minha alegria é triste.

A menina que gostava de ouvir essa canção, que corria sobre as toras, que brincava pelas ruas, que gostava de cantar e conversar com as amigas nas calçadas, ainda existe dentro de mim, num mundo diferente e às vezes triste. Hoje a canção soa melancólica em plena noite fria de uma pandemia de 2020 ¬ "ficaram as canções e você não ficou". Preciso continuar a vida, mas do que nunca sem pressa. Quero que Deus me dê muito tempo para amar e cuidar de tudo que vc amou, porque "O amor deixou corações para eu amar." Sei que voltar, é impossível na existência. Mas, continuo amando de longe. Saudades de você!


quarta-feira, 27 de maio de 2020

Comunicação Caduca



Comunicação Caduca

Cabeça começando caducar
Confusão coronavírus.
Corro contato corpo
Coisa chata!
Contagiosa.
Cuidado!
Contudo, convém:
Casa, comida, computador,
cama, cochilo, celular, crochê.
Cozinha cruel!
Contudo, coragem
 Calma
Confiança 
Cristo
Caminho correto.
Caso concorde comigo
Continue coisando 
Coisa certa.
Caso contrário 
Cai castigo.

terça-feira, 26 de maio de 2020

domingo, 24 de maio de 2020

Meditar em Deus


O que as pessoas cobram de Deus que Ele não promete pra ninguém?

Praticamente tudo. As pessoas não estão buscando em Deus coisas intangíveis, que são as que Deus promete. Deus promete se você crer Nele você terá paz. Apesar de tudo Ele promete que se você crer nele você vai desenvolver sua humanidade, você vai se tornar um ente maior do que a mediocridade. Ele promete que se você crer na ressurreição você é uma pessoa que passa pela vida sem conhecer o pânico e a fobia da morte. Ele promete se você amar, você provavelmente não vá se enriquecer, mas você será infinitamente enriquecido. São todas as coisas que a sociedade não quer, que os políticos não desenjam, não produz dinheiro, é o que Deus verdadeiramente promete no evangelho de Cristo ou pela manifestação em pregação daqueles que genuinamente viveram o significado de viver com amor, justiça, esperança e fé.

As pessoas estão querendo são soluções tangíveis, materiais.
Se eu disser que Deus promete que se você freguentar um lugar de culto com regularidade se você colocar o seu dízimo, ofertas de dinheiro, você vai receber e você vai estar fazendo uma barganha com Deus bem remunerada, Ele vai multiplicar sua doação no gasofilástico, se você pedir das pessoas o obscuro, o inumano, o patético, o ridículo e um esforço sacrificial, monumental, as pessoas se mobilizam pra isso.

Aí se você dizer, olha, é tudo de graça, é favor imerecido, só creia, ame, e sirva, elas acham que é pouco demais, e que não vai haver consequência de resultado algum. E que essa história de ser remunerado com paz, com segurança interior, é tudo uma tolice, porque as grandes seguranças humanas são aquelas construídas com tijolos, castelos, bens, aquilo que o mundo gosta de ter e a sociedade diz que são significados de vida.

(fonte: trecho entrevista Caio Fábio - youtube)

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Nisso pensai ...


O tempo que tenho, depois dos afazeres do lar, estou usando para ler e meditar na palavra de Deus. Ele bem sabe! Me agarro nesse exercício de fé, para levar para longe a ansiedade e me sentir confortada nesse momento um tanto assustador de isolamento que estamos passando. Assistir televisão não dá, é algo um tanto tenebroso. Vou para internete e escolho o que gosto, e que me convém, me edifica, o que eleva a minh 'alma. E foi numa busca costumeira, que encontrei esse versículo que ressaltou aos meus olhos:

"Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, NISSO PENSAI." (Filipenses 4:8)

Então, amei o versículo! Ele nos mostra que devemos ocupar a nossa mente com coisas boas, verdadeiras, amáveis, tudo que é louvável a Deus, "nisso pensai". Diante do momento difícil, (seja qual for) em meio esse vendaval pandêmico, o qual nunca vivemos, pelo menos essa geração, precisamos ter cuidado com o que vamos absorver dessa situação externa que Covid nos apresenta, um cenário confuso e cheio de controvérsias. Mas, que sejamos  responsáveis com a vida do próximo e com a nossa, crendo que Deus está nos preparando pra coisas melhores.Vejo isso pela fé, que nos mantém firmes e confiantes num Deus misericordioso e poderoso.

Vamos focar, ocupar, encher a nossa mente com bons pensamentos. Não devemos dar lugar a ansiedade (isso é pra mim) ao medo, aos maus pensamentos, que chegam como raios em nossas mentes. A mente é frágil! Por isso, busco me fortalecer na palavra de Deus, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Amém. Vai passar! 

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Luzes Estranhas


Já era noite de domingo, dez de maio, dia das mães, quando fui chamada às pressas para subir até o terraço de casa, um lugarzinho privilegiado em tempo de isolamento na cidade para contemplar o céu. Corri assustada já achando que se tratava de algo inesperado. E não deu outra coisa! Quando cheguei logo me apontaram o céu, e algo inacreditável me causou grande admiração, não só a mim como a todos que estavam naquele lugar. Ficamos surpresos com o que vimos. O que vimos? "Luzes estranhas" no céu! Pontos luminosos se movimentando em sequência no céu, isso por volta das 18h30. Luzes como se fossem estrelas enfileiradas, ora em pares, voando bem devagar no céu estrelado. Para mim, foi um assombramento! Tentei tirar foto e filmar, mas não deu certo, celular de baixa tecnologia para competir com a do espaço. Presenciar algo estranho se movimentando no céu, que não é avião, em meio a uma pandemia de coronavírus é assustador. Não sei por quê, mas quando o medo vem, só penso bobeira. Olha só! Será que estão espalhando poeira tóxica na atmosfera? Será que são alienígenas querendo nos tirar do isolamento e nos levar para terra distante? Será que é brincadeirinha maldosa de gente grande? Coisa boa não vinha na mente. Ou, será que estão instalando no espaço, um aparelho para conectarmos coletivamente uma "internet" grátis? 

Mas, não foi nada disso. Várias pessoas em outros lugares também presenciaram esse acontecimento. Logo no outro dia, havia matéria em alguns jornais, dizendo que não se tratava de nenhuma visita de outro planeta, mas sim da "passagem dos satélites Starlink, da SpaceX. Aí, acabou a graça! 

Fica aqui um registro para o futuro.Vai lá, que não seja isso mesmo!  

(foto google)

quarta-feira, 13 de maio de 2020

13 de maio


Carolina Maria de Jesus 

13 de Maio. Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpatico para mim. É o dia da Abolição. Dia que comemoramos a libertação dos escravos.
...Nas prisões os negros eram os bodes expiatorios. Mas os brancos agora são mais cultos. E não nos trata com desprezo. Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz.
Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um pouco. Vou sair. ...Eu tenho tanto dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles brada:
– Viva a mamãe!
A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o hábito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Ela não tinha. Mandei-lhe um bilhete assim:
– “Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouco de gordura, para eu fazer uma sopa para os meninos. Hoje choveu e eu não pude catar papel. Agradeço, Carolina”.
...Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos.
E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!
15 de maio. Tem noite que eles improvisam uma batucada e não deixa ninguém dormir. Os visinhos de alvenaria já tentaram com abaixo assinado retirar os favelados. Mas não conseguiram. Os visinhos das casas de tijolos diz
– Os políticos protegem os favelados.
Quem nos protege é o povo e os Vicentinos. Os políticos só aparecem aqui nas epocas eleitoraes. O senhor Cantidio Sampaio quando era vereador em 1953 passava os domingos aqui na favela. Ele era tão agradavel. Tomava nosso café, bebia nas nossas xicaras. Ele nos dirigia as suas frases de viludo. Brincava com nossas crianças. Deixou boas impressões por aqui e quando candidatou-se a deputado venceu. Mas na Câmara dos Deputados não criou um progeto para beneficiar o favelado. Não nos visitou mais.
...Eu classifico São Paulo assim: O Palacio, é a sala de visita. A Prefeitura é a sala de jantar e a cidade é o jardim. E a favela é o quintal onde jogam os lixos.
(Quarto de despejo)
 ****
Nascida em Minas Gerais, no início do século XX, a escritora se mudou para São Paulo ainda cedo, onde se tornou empregada doméstica. Logo passou a catar lixo para conseguir sustentar seus três filhos no Canindé, a primeira grande favela da cidade paulista. Seu maior sonho era ser poeta e escritora. Por isso, manteve um diário sobre o dia a dia que vivenciava, mesmo que não tivesse domínio (gramatical) da língua portuguesa. "Quarto de Despejo" é um relato da violência que a população negra e pobre tem que enfrentar ainda hoje. A obra, que tornou-se um marco na literatura brasileira, ainda se mantém atual.

13 maio


Seu Jorge recita "Negro Dama"

Em 13 de maio de 1888 a Abolição veio, mas não libertou.

terça-feira, 12 de maio de 2020

Oração


Linda vista do bairro da Chatuba, do meu terraço, em tempo de isolamento!

Senhor, ajuda-nos a entender o que está acontecendo no mundo com a contaminação do coronavírus. A perversidade humana vem caminhando a passos largos, numa estrada com muita facilidade, com portas espaçosas por demais, sem sacrifício nenhum, com muitas mentiras, falsidade, enganos, faz tempo. O própio Senhor "Viu que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente".(Gênesis 6:5) São escândalos atrás de escândalos! Será que chegou a hora da humanidade entender se não for pelo amor vai pela dor? Será que a humanidade está precisando de um conserto, de um ajuste de consciência? Acho que chegou a hora da gente ouvir mais a voz de Deus, e começar a entender o que Ele tem a nos dizer e sermos obedientes a sua voz. Só Deus para nos dar discernimento do que está acontecendo nesse tempo de travessia pandêmico, e trazer calma, e paz ao coração.

Que não venhamos a ficar perplexos com atitudes tomadas por governantes próximos ou distantes de nós, por falta de incompreensão e amor. Eles esqueceram de colocar em prática que é melhor dar do que receber. Os pequenos, os fracos, os pobres, os oprimidos, os necessitados carecem da misericórdia do Senhor, pois, são poucos nessa terra que estão com as mãos estendidas a seu favor. Os que  detém o poder em suas mãos para fazer, pouco fazem, reservam o seu primeiro e o que sobra, espalham. E se agarrar ao vento, não é pra qualquer um não, é coisa de corajoso, de sobrevivente! O vento vem espalhando vidas nas filas numerosas, nas calçadas frias, nas ruas sujas, nos viadutos barulhentos, nos casebres de papelão.

Os falsos profetas estão aí, aproveitando da fé, da humildade das pessoas, da falta do conhecimento do evangelho, (porque eles não pregam o evangelho) para extorquir moedas de prata e encher os seus quinhões de ouros. Misericórdia, Senhor!

O que nos resta é confiar e saber que o Senhor é o nosso refúgio e fortaleza. Que o Senhor é o nosso Deus na saúde e na peste. É o nosso Deus na alegria e na tristeza. É nosso Deus nos dias de praças cheias e vazias. É o nosso Deus nas planícieis, no deserto. É o nosso Deus dentro do Templo e nas nossas casas. É nosso Deus em dias de festas e dias de solidão. É nosso Deus nos dias de casas cheias  e casas vazias. É nosso Deus nas conversas nas salas e na reclusão dos nossos quartos. É o Deus do  silêncio também. Ajuda-nos a sermos fortes na força do teu poder! Amém.

sábado, 9 de maio de 2020

Rotina Covid-19


Nesse tempo de isolamento social por conta da pandemia, todas as aproximações sejam virtuais ou presencial rápida, nos deixam mais sensíveis e inspiradas. Isso acontece comigo. Com isso, já que não posso colocar o pé na rua, coloco os dedos no teclado e deixo fluir minhas emoções virtualmente. É uma terapia covidiana ou qualquer outro nome que queiram dar a ela. Freudiana, Lacaniana ...

Dentro de casa entre abrir e fechar de portas vou vivendo. Lavando todo dia, limpando toda hora, passando de vez em quando, cozinhando na marra mas com amor, lendo muito, escrevendo com inspiração, arrumando porque gosto, cantando com emoção, comendo mais ou menos, crochetando passar tempo, trabalhando sempre, orando pouco e meditando na palavra Deus muito. 

Com as novas rotinas, caminho na esteira com direito a louvores bem alto! Os vizinhos que me desculpem, mas a Deus toda glória! Faço exercícios físicos, não todos os dias, de respiração nem se fala, aquele que as fisioterapeutas postam nas redes sociais que na mesma hora faz a gente puxar e soltar ar. Muito bom! Sem falar na lavação de mãos toda hora com sabonete líquido é claro,  porque o comum já não serve mais, e o álcool gel viralizou. Agora tenho tempo pra tirar um cochilo depois do almoço, molhar as plantas até encharcar, fazer bolo de limão com minha neta, olhar paro céu, fotografar a lua e até as nuvens. Cochicho sempre com minha filha pra dá uma arrumada nos pensamentos, porque conversa boa resolve. Com filho homem já são outras conversas! Os netos são  alegrias e emoções. Agora tenho tempo de sobra pra pegar o celular e saber o que está acontecendo no mundo, e ainda jogar uma "conversa fora"(amorosa) com minhas irmãs e saber que vencemos mais um dia. Televisão não ligo não, a realidade não é das boas! Gosto do celular porque posso escolher o que quero ver, na tv não, tenho que ver o que está programado. Distração foi assistir o bbb, era hora de descer  playground e aliviar a mente, mas já acabou!

Mas, o que mais tenho feito é usado o meu tempo pra buscar a Deus na palavra. Vejo vídeos de ministração da palavra de Deus, entrevista, testemunho, lives, mensagens de pastores sobre o que o evangelho tem a nos esclarecer sobre o momento que estamos vivendo com esse coronavírus. A igreja não está mais reunida no templo, nas quatro paredes, os cultos agora são "onlines". Mas a igreja somos nós, no amor de Deus. Breve estaremos nos abraçando e juntos prestando culto ao nosso Deus. A igreja a qual sou membro os cultos são"onlines" uma bênção! A palavra de Deus é ministrada com otimismo, confiança e fé. De fé em fé vamos vivendo um dia de cada vez. Vai passar!

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Morreu Zezé


Se foi ...
 antiga vizinha 
da minha mocidade
Que tanto os pezinhos dos meus bebês beijava!
Tá guardado o teu sorriso
Uma grande saudade
Querida Zezé do soldado!

terça-feira, 5 de maio de 2020

O Bêbado e a Equilibrista


Morre o compositor Aldir Blanc na madrugada de segunda -feira (4) aos 73 anos. Morreu vítima de complicação da Covid-19 no Rio de Janeiro. Descanse em paz! Ele é autor de várias canções da música popular brasileira e cronista. A música que conheço e gosto muito é "O bêbado e a Equilibrista" que sempre ouvi na voz de Elis Regina.. Através das redes sociais fiquei conhecendo a história dessa música e achei muito boa e interessante e resolvi postar. Achei no facebook Jocely Macedo da Rocha, que me repassaram. Caso não permita eu deleto a postagem.Veja:

HISTÓRIA PARA NUNCA ESQUECERMOS E REPASSARMOS SEMPRE AOS QUE NÃO A VIVERAM:
Aldir Blanc: conheça a história de 'O bêbado e a equilibrista', hino da Anistia e um clássico da música brasileira
RIO - Em 25 de dezembro de 1977, morria na Suíça o genial comediante e cineasta inglês Charles Chaplin. No Brasil, o cantor, violonista e compositor João Bosco sentiu a necessidade de homenagear o artista e, entre o Natal e o Ano Novo, começou a rascunhar um samba que remetia ao personagem mais famoso de Chaplin, o vagabundo Carlitos. E aí resolveu chamar o seu parceiro de fé, Aldir Blanc, que morreu nesta segunda-feira, vítima de complicações da Covid-19, para pôr letra na sua criação. Só que nas mãos de Aldir, o samba acabou tomando outros rumos, vindo a se tornar “O bêbado e a equilibrista”, um clássico da música popular brasileira e hino informal da Lei da Anistia – a que seria responsável por trazer de volta ao país, em 1979, alguns dos brasileiros exilados pela ditadura militar.
“O João me chamou na casa dele e disse que havia feito um samba, cuja harmonia tinha passagens melódicas parecidas com ‘Smile’ [tema do filme “Tempos modernos”], propositalmente construídas para que homenageássemos o cineasta”, contou Aldir anos mais tarde, em depoimento à Associação Brasileira de Imprensa (ABI). — Só que, casualmente, encontrei o [cartunista] Henfil e o [violonista e compositor] Chico Mário, que só falavam do mano que estava no exílio. Cheguei em casa, liguei para o João e sugeri que criássemos um personagem chapliniano, que, no fundo, deplorasse a condição dos exilados. Não era a ideia original, mas ele não criou caso e disse: ‘Manda bala, o problema é seu.’
“Caía a tarde feito um viaduto / e um bêbado trajando luto / me lembrou Carlitos” – assim começa “O bêbado e a equilibrista”, com sua letra que empilha referências a eventos e personalidades marcantes do período de exceção no Brasil. Nos versos “choram Marias e Clarisses”, por exemplo, Aldir Blanc cita as viúvas Maria, mulher do operário Manuel Fiel, e Clarisse Herzog, esposa do jornalista Vladimir Herzog, brasileiros assassinados nos porões do DOI-CODI (órgão de inteligência e repressão do governo militar, subordinado ao Exército) por fazerem parte da oposição política à ditadura. Já tarde que caía “feito um viaduto” fazia menção à queda, em 1971, do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro (a obra, concluída dois anos antes, ruiu subitamente, soterrando 48 pessoas e matando 29).
Mas o trecho mais lembrado de “O bêbado e a equilibrista” é justamente o do “Brasil que sonha com a volta do irmão do Henfil”, referência ao sociólogo Herbert José de Sousa, o Betinho, que esteve exilado desde 1971, tendo passado pelo Chile (onde foi assessor do presidente Salvador Allende, deposto e assassinado em 1973, no golpe militar do general Augusto Pinochet), Canadá e México.
Quando o samba ficou pronto, João Bosco e Aldir Blanc o enviaram para a cantora que melhores interpretações e mais visibilidade vinha dando a suas composições: Elis Regina, estrela suprema da MPB. A mesma artista que, em 1972, havia sido “enterrada” por Henfil, em uma charge para o jornal “Pasquim”, no chamado Cemitério dos Mortos-Vivos, devido à participação na Olimpíada do Exército (ela havia recebido ameaças do Exército por comentários depreciativos feitos em entrevistas dadas na Europa e, por temer pelo filho pequeno, achou melhor atender ao convite para a apresentação).
Já reconciliada com Henfil, Elis mostrou “O bêbado e a equilibrista” ao cartunista, que percebeu naquele samba um importante aliado na luta pela abertura política diante de uma ditadura então enfraquecida: “Agora temos um hino, e quem tem um hino faz uma revolução!”, disse Henfil a Betinho, por telefone, tentando convencê-lo a voltar ao Brasil. A música foi lançada pela cantora em “Essa mulher”, seu LP de 1979, e foi tocada, em diversos gravadores, pelas pessoas que foram receber os exilados (Betinho, entre eles) no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, no mês de setembro.
O detalhe curioso sobre “O bêbado e a equilibrista” é que, quando escreveu sobre “a volta do irmão do Henfil”, Aldir Blanc de fato não sabia o seu nome. E passou-se um bom tempo até que os ele viesse a conhecer pessoalmente o sociólogo, que se depois da volta ao Brasil se tornaria um importante ativista pelos direitos humanos, vindo a criar o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e, mais tarde, a Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida.
“Nós tivemos um encontro que só pode ser chamado de cômico”, contou Aldir Blanc em depoimento ao Ibase, em 2017, nos 20 anos da morte do Betinho (ele sucumbiu a complicações da Aids, que antes dele levou os seus irmãos igualmente hemofílicos Henfil e Chico Mário). “Eu esperava encontrar um sociólogo, um sei lá o quê e tal, e vi um sujeito irônico, gozador, embora com os olhos marejados de lágrimas. Nosso primeiro encontro foi na porta do banheiro do Canecão. Nos abraçamos e a frase dele foi: ‘Eu não ia voltar, eu tinha me planejado todo para não voltar, mas ouvi a sua letra para a música do João e resolvi voltar, seu filho da puta!’”
(fgonte: facebook Josely macedo da Rocha)
O Bêbado e a Equilibrista
Caía a tarde feito um viadutoE um bêbado trajando lutoMe lembrou CarlitosA lua tal qual a dona do bordelPedia a cada estrela friaUm brilho de aluguel
E nuvens lá no mata-borrão do céuChupavam manchas torturadasQue sufoco!Louco!O bêbado com chapéu-cocoFazia irreverências milPra noite do BrasilMeu Brasil!
Que sonha com a volta do irmão do HenfilCom tanta gente que partiuNum rabo de fogueteChoraA nossa Pátria mãe gentilChoram Marias e ClarissesNo solo do Brasil
Mas sei que uma dor assim pungenteNão há de ser inutilmenteA esperançaDança na corda bamba de sombrinhaE em cada passo dessa linhaPode se machucar
Azar!A esperança equilibristaSabe que o show de todo artistaTem que continuar
(compositor Aldir Blanc / João Bosco)
***Achei mais histórias ... facebook MPB

O Bêbado (1- O bêbado representa os artistas, poetas, músicos e "loucos" em geral, que embriagados de liberdade ousavam levantar suas vozes contra a ditadura.)

e a Equilibrista (2- A equilibrista era a esperança de democracia, um projeto de abertura política gradual, que a cada "eleição", a cada evento que incomodava os militares (passeatas, etc), tinha sua existência ameaçada.)
Caía a tarde feito um viaduto (3- Um viaduto, obra do governo, caiu, desabou sobre carros e ônibus cheios de pessoas, matando muita gente. Na época, nada pôde ser noticiado nem as pessoas foram devidamente ressarcidas ou indenizadas. Cidade de Belo Horizonte, viaduto da Gameleira, década de 70. )
E um bêbado trajando luto (4- Referência aos militantes de esquerda que foram "sumidos" ou declaradamente assassinados sob tortura.) 
me lembrou Carlitos
A lua (5- A lua representa os políticos civis que se colocaram a favor do regime, a fim de obter ganhos pessoais. Eles "acreditavam" tanto na propaganda oficial que se dizia que se um general declarasse que a lua era preta eles passariam a defender tal tese como verdade absoluta. Em determinada época foram até chamados de luas-pretas.)
tal qual a dona do bordel (6- A Câmara de Deputados e o Senado foram algumas vezes comparados a bordéis devido aos negócios imorais que lá se faziam. É claro que os cidadãos indignados não podiam dizer claramente que pensavam isto, ou seriam no mínimo processados por calúnia, injúria, difamação e etc.)
Pedia a cada estrela fria (7-As estrelas são os generais, donos do poder. Alguns deles nunca apareceram como governantes, preferindo manipular nos bastidores. Se contentavam com uns poucos privilégios astronômicos e umas ninharias de cargos de direção em estatais ou o poder de nomear umas poucas dezenas de parentes e correligionários em empregos públicos.)
um brilho de aluguel (8- O brilho de aluguel era, como mencionado acima, os ganhos pessoais e até eleitorais obtidos pelos civis que aceitavam ser marionetes. Alguns destes civis cresceram tanto que altrapassaram em poder os seus "criadores" fardados.)
E nuvens (9- Os torturadores são aqui comparados a nuvens, pois eram intocáveis e inalcançáveis.)
lá no mata-borrão(10- O mata-borrão é um instrumento antiquado destinado a eliminar erros, borrões na escrita. O DOI-CODI, nossa temível polícia política da época era o mata-borrão do regime (instrumento antiquado destinado a eliminar erros).)
do céu (11- As prisões eram inalcançáveis ao cidadão comum, inacessíveis, por isso a comparação com o céu. )
Chupavam manchas (12- Os rebeldes são comparados a manchas, ou seja um erro na escrita, uma coisa fora da ordem, uma indisciplina.)
torturadas (13- Referência à tortura aplicada aos militantes de esquerda, que ocorria às escondidas. O regime jamais admitiu que torturava pessoas, porém nunca houve punições aos casos que conseguiam alguma divulgação, apesar da censura à imprensa.), que sufoco louco
O bêbado com chapéu coco fazia irreverências mil (14- Os artistas nunca se calaram. Esta música, ele própria é uma das irreverências.)
Pra noite do Brasil (15- Um tema recorrente nas músicas da época. A volta das liberdades políticas é comparada ao amanhecer, bem como a ditadura é comparada à noite.), 
meu Brasil
Que sonha com a volta do irmão do Henfil (16- O Henfil (Henrique Filho) era um afiadíssimo cartunista político muito visado pelo regime, bem como seu irmão o Betinho, que no governo Fernando Henrique organizou o programa de combate à fome. Os dois eram hemofílicos e morreram de Aids.)
Com tanta gente que partiu (17- Referência aos exilados políticos.)
num rabo-de-foguete
Chora a nossa pátria mãe gentil
Choram Marias e Clarisses (18-Maria é a esposa do operário Manuel Fiel Filho morto sob tortura nos porões do DOI-CODI (SP) em janeiro de 1976 e Clarice é a esposa do jornalista Wladimir Herzog, também morto sob tortura, no DOI-CODI (SP) em outubro de 1975.)
no solo do Brasil.
***

As vezes de madrugada
Encontro comigo mesmo
Mas finjo que não conheço.

***

Tem dias que acordo tão mal
Que até as minhas digitais
causam má impressão.

(Aldir Blanc)
***

Morre Flávio Migliaccio


O aror Flávio Migliaccio foi encontrado morto nesta segunta-feira (4) no sítio em Rio Bonito (RJ). Caso foi registrado como suicídio. Muito triste. O seu jeito de ser me despertava alegria, inocência e carisma. Como as coisas acontecem ... descanse em paz.

O ator se suicidou e deixou carta

"A humanidade não deu certo"
"Me desculpem, mas não deu mais. A velhice nesse país é o caos, como tudo aqui. A humanidade não deu certo. eu tive a impressão que foram 85 anos jogados fora num país como este. cuidem das crianças de hoje."

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Covid-19 "o inglês"


Fico impressionada em ver como estão usando no dia a dia palavras em inglês! Não bastasse o momento difícil que estamos atravessando com a pandemia do Covid, ainda tenho que escutar sons americanizados. Isso não é de agora, sempre me incomodou. Em vez de dizer "entrega em domicílio" diz "delivery"! Ah, pára! Parece que o brasileiro gosta de colocar uma roupagem nova no nosso vocabulário que não tem nada a ver com a gente. Pelo menos comigo passa longe, não gosto! Será que é pra mostrar que é estudado, poliglota, que foi aos EUA, a Disney, que fala bonito, que seu estabelecimento comercial é bacana, sei lá, é ostentação?! Prefiro dar valor ao que é nosso, o que brota do nosso chão. Um dia ainda quero ir lá para essas bandas do exterior, pra me certificar se eles gostam de usar nas suas placas de comércios, no seu vocabulário, nas propagandas, nas festas, o idioma brasileiro, ou melhor o nosso português! Vou ficar de butuca no visual e na escuta e na escrita e depois conto pra vocês. Penso que vocês já sabem! Aprender outro idioma, acho bom demais, mas trazer isso pro nosso cotidiano, não é nossa realidade. Vejo que tem que encher os pulmões de ar, nessa crise de pandemia pra dizer "delivery" é o que mais ouço no momento. rsrsr

Se eu não gostasse tanto de ver as coisas de perto, pôr a mão,  sentir o cheiro, o sabor, as emoções, eu não sairia do Brasil pra conhecer nada, como diz Suassuna ele conheceu o mundo através da literatura, nunca viajou para o exterior. Eu nem tanto, a i n d a não fiz uma viagem pra fora do país e até para dentro a i n d a  muito pouco aconteceu, me aguardem, a i n d a dá tempo! rsrrs Lembrando novamente do Ariano Suassuna, que é contra o estrangeirismo"não troco meu oxente pelo ok de ninguém."

Vamos as listinha em inglês que o brasileiro gosta de ostentar:
OK - DELIVERY - FAKE - LIKE - CLEAN - LOGIN - COFFEE BREAK - BOTOX - HACKER - DOWNLOAD - REALIY SHOW e por aí vai ... Mas, estou preocupada mesmo, é com o termo "LOCKDOWN", que significa bloqueio total em inglês, é a medida mais severa em uma pandemia. Com essa decisão, a entrada e a saída de veículos particulares são proibidas e os limites entre cidades são fechados, além da proibição de aglomerações em locais públicos. Deus nos livre nos guarde e nos abençoe. Vai Passar! Amém.


* foto: Rua Frei Vitório - São Fidélis - RJ em tempo de pandemia.

domingo, 3 de maio de 2020

Saudades ...


Na pureza do seu olhar
Quanta paz se irradia
No seu simples caminhar
Quanto amor e alegria

Braços abertos
Ao estender a sua mão
Mostrava toda riqueza
Guardada no coração

Sob o céu de cada um
Hoje uma ave voa
Ta guardado na lembrança
Nosso eterno Tião Canoa

(Marquinho Gardelo)
primo Cantagalo

sábado, 2 de maio de 2020

Célula Kadosh


Célula Kadosh ...  Maio 2016

Senhor nosso Deus e Pai, obrigada por esse tempo tão maravilhoso e abençoador que passamos em célula. Era maio de 2016. Obrigada pelo amor compartilhado, pelos cuidados que tivemos uma com as outras, pelas orações calorosas, pelos louvores, pelas ofertas de amor, pelos ensinamentos recebidos, pois, cada uma recebeu a sua porção do seu jeito, conforme a tua vontade e mediante a busca da intimidade para contigo. Obrigada pelo teu amor dispensado a cada uma de nós, nas horas alegres, triste, dolorosas, pois, fomos confortadas, bem cuidadas e abençoadas. Obrigada por tudo Senhor! Hoje tudo mudou, mas o amor continua, e a que foi morar contigo Senhor, saudades ... Tu sabes Senhor, que estamos atravessando uma pandemia assustadora, e queremos estar seguras debaixo do teu esconderijo, estende as tuas mãos poderosas sobre cada uma de nós e dos nossos familiares. Confiamos nas tuas misericórdias e cuidados, e livra-nos do mal, porque teu é o reino o poder e a glória para todo sempre, em nome de Jesus. Amém!