sábado, 30 de maio de 2020

Famigerado


Nesse tempo de isolamento, ou melhor distanciamento social (remete a algo mais leve) estou tendo  o privilégio e tempo de sobra, de estar mais perto das letras, leitura, palavras. Que bom! Não sei o porquê das contas, vim parar nesse texto Famigerado de Guimarães Rosa. Engraçado é que a "web" nos leva por caminhos antes não conhecidos. E assim cheguei até esse conto, uma narrativa Roseana (aprendendo) o qual achei muito interessante. Fiquei curiosa igual ao jagunço Damásio querendo saber o que é Famigerado?!
"De fato, "famigerado" quer dizer "famoso, importante, que merece respeito". Mas boa parte das pessoas usa esse termo com o sentindo de "maldito, desgraçado". Há uma forte possibilidadede que essa tinha sido a intenção do moço do governo."
"O conto "Famigerado" traz pra gente de maneira bastante clara o momento da chegada do jagunço, desse sertanejo bravo. O narrador é um contador de história. O narrador define o medo  de maneira bastante poética, quando diz: "O medo é a extrema ignorância em momento muito agudo."(G.Rosa)  Esse conto traz o encontro de duas fragilidades demasiadamente humanas, ou seja, a ignorância e o medo. A ignorância do jagunço, desse sertanejo que não sabia o significado da palavra Famigerado, e o medo do personagem intelectualizado que servia do decifrador da palavra. São duas características extremamente humanas que se encontram, a linguagem intelectuazada a linguagem do povo, e nesse entra o conflito em ação. As linguagens são personagens. A ignorãncia representada pela fala do sertanejo, e o medo representado pela fala do intelectual. Os dois personagens que são antagõnicos, tanto o jagunço como o intelectual. Um com a linguagem formal  e outro com a linguagem informal, uma representa o medo e o outro a brabeza. O mesmo que habita o medo possui uma linguagem intelectualizada, enquanto o bravo habita a ignorância do saber dos letrados, portanto eles se completam e se igualam em suas fraquezas. inguém é totalmente sábio de tudo, temos falhas; ninguém é tão poderoso que não tema o que não saiba."
(fonte: youtube :trago um livro)
"Damazio, o jagunço, procura o médico no arraial para esclarecimento a respeito da palavra “famigerado” porque acha que foi ofendido pelo moço do Governo que assim o denominou. Quando questionado pelo jagunço, o médico, para evitar maiores problemas, oferece-lhe o primeiro significado da palavra, engambelando, desta forma, o homem do sertão e evitando possível violência."
 Vamos à leitura! Clica no link abaixo

Guimarães Rosa foi um dos mais importantes escritores brasileiros do modernismo, além de ter seguido a carreira de diplomata e médico. Foi o terceiro ocupante da Cadeira nº 2 da Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1967. Fez parte da terceira geração modernista, chamada de "Geração de 45".

João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, Minas Gerais, no dia 27 de junho de 1908.Desde pequeno, Rosa estudou línguas (francês, alemão, holandês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, russo, latim e grego). Por conseguinte, cursou os estudos secundários num colégio alemão em Belo Horizonte .
Pouco antes de entrar para a Universidade, em 1929, Guimarães já anuncia sua maestria com as letras, onde começa a escrever seus primeiros contos. Em 1930, com apenas 22 anos, formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais, ano que casa-se com Lígia Cabral Penna, com quem teve duas filhas.
Foi Oficial Médico do 9º Batalhão de Infantaria, quando em 1934, ingressa para a carreira diplomática, no Itamaraty. Guimarães Rosa foi Patrono da cadeira nº 2 na Academia Brasileira de Letras, tomando posse três dias antes de morrer, no dia 16 de novembro de 1967.

Nenhum comentário:

Postar um comentário