sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Semana Cultural - VII Festival Aberto de Poesia -


POESIAS CLASSIFICADAS 
 Dia 25/09/2015
01-Madrugada crua – Adriana da Silva Barreto Vicente (Campos dos Goytacazes – RJ)
02-Profess(ora)r – Adriana da Silva Barreto Vicente (Campos dos Goytacazes – RJ)
03-Todo dia é dia de poesia – Adriana da Silva Barreto Vicente (Campos dos Goytacazes – RJ)
04-Homenagem – Arinda de Carvalho de Ferraz (São Fidélis – RJ)
05-O desencanto das silepses – Célio Pires Peixoto (São Fidélis – RJ)
06-Ponto final – Eliana Carneiro Moreira (Campos dos Goytacazes – RJ)
07-Espelho – Otacílio César Monteiro (Limeira – SP)
08-Sem bloqueio – Paula Cristina de Freitas Moura Miranda (Brasília – DF)
09-Outonizando – Berenice Seixas Alves e Silva (São Fidélis – RJ)
10-Menino de rua – Berenice Seixas Alves e Silva (São Fidélis – RJ)
11-O último trem – Berenice Seixas Alves e Silva (São Fidélis – RJ)
12-A cor do meu dinheiro – Paula Cristina de Freitas Moura Miranda (Brasília – DF)
13-Acorda, menino – Feliciana Lopes da Silva Coimbra Cardoso (Cabo Frio – RJ)
14-Rio de Janeiro – Victor Carlos Alexandre Conde Walewski Colonna (Rio de Janeiro – RJ)
15-A estrada – Márcia Ignez Carneiro Faria (São Fidélis – RJ)
16-Poema para Tereza – Victor Carlos Alexandre Conde Walewski Colonna (Rio de Janeiro – RJ)
17-Fresta de luz – Orlando de Poly Júnior (São Fidélis – RJ)
18-Elogio ao silêncio – André Luís Soares (Guarapari – ES)
19-Muros & alma – Cristóvão Manoel Spalla (São Fidélis – RJ)
20-Mistério vivo – Leda Mendes Jorge (Niterói – RJ)
21-Heroísmo de rotina – Helena Ortiz (Rio de Janeiro – RJ)
22-Febre às oito – Néria Antunes de Miranda Vieira (São Fidélis – RJ)
23-Minha paixão – Ronaldo Honorato Serafim (São Fidélis – RJ)
24-Crônica carioca – Helena Ortiz (Rio de Janeiro – RJ)
25-Construção – Cristine Machado Raposo da Silva Paranhos (Saquarema – RJ)
26-Amor à vida – José Moreira Sobrinho (São Fidélis – RJ)
27-A rima – Regina Lúcia Neves Tavares (Rio de Janeiro – RJ)
28-Aborto – Thiago Yuri Gomes Miranda (São Fidélis – RJ)
29-Jaz – Thiago Yuri Gomes Miranda (São Fidélis – RJ)
30-Negra – Marco Antônio Comini Christófaro (Pato de Minas – MG)
31-Viajei no pensamento – Amarino dos Santos Campos (Rio das Ostras – RJ)
32-Ruas ou O que há por trás da madrugada? – Carla Mangueira (São Fidélis – RJ)
33-Anos 90 – João Geraldo Martins Evangelista (São Fidélis – RJ)
34-Plágio – Ronaldo Henrique Barbosa Júnior (Campos dos Goytacazes – RJ)
35-Poema noturno – Ronaldo Henrique Barbosa Júnior (Campos dos Goytacazes – RJ)
OUTONIZANDO

Tudo anda muito devagar
Tenho pressa ...
Trago comigo
um resto do sol escaldante do verão
aquela agitação de final de ano
 a expectativa que as coisas boas virão
que um presente
 e a busca incessante do novo chegará
que os sonhos se realizarão.
Mas, preciso Outonizar!
Deixar... sentir ... ver ...
Deixar esta luz branda e calma da manhã peneirar o sol
Sentiro vento delicado, quase gelado fustigar a alma
Ver as árvores perdendo suas folhas com paciência, suavemente
Preciso embarcar nesta estação 
Pra que pressa?
Tudo na Terra tem o seu tempo, seu ritmo, seu ciclo
Não vale à pena antecipar nada
A chuva vem devagar, branda, de hora em hora
só pra dá as frutas seu melhor sabor
As folhas caem, caso contrário 
se queimariam com o frio do inverno e a vida findaria.
Os frutos vão amadurecendo para o momento certo da colheita
Quando chegar a hora
vai nascer um novo tempo.
***

O ÚLTIMO TREM

Sonhos, sonhos, sempre sonhos ...
O que vocês me trouxeram nesta manhã?
Lembranças, saudades, abraços 
Algo que só o espírito pode compartilhar.

 Um tanto descompensada, 
acordo, e corro quieta para debaixo do sol.
A luz que me aquece, que brilha todos os dias, 
insiste em me dizer que a vida continua,
Não tem jeito!

Debaixo dessa imensa luminosidade 
existe ao mesmo tempo,
nascimento, riso, choro e morte 
É a ordem natural das coisas!

 Olhos lacrimejam, pernas bambeiam.
Flashes rápidos se tornam reais no pensamento
Revelando que aqui na terra sempre existirão
o joio e o trigo, o doce e o amargo,  o bem e o mal ,
  Não tem como ser diferente!

O lado da perdição - é maldito
se vende por qualquer moeda de troca
Foi assim com Judas, é assim com muitos
O lado da salvação - é bendito
 embora sabendo que isto lhe custe caro,
 que têm um preço a pagar 
Não importa!
Cristo também pagou um alto preço,
 e foi preço de cruz e pagou por todos nós.

Extasiada, 
Vejo que estamos numa grande estação de trem,
 nos movimentando de lá pra cá e de cá pra lá
  Transeuntes terrestres. 
Uns fincando dormentes de perversidade
  outros espalhando trilhos de bondade.

Até que alguém chega e pergunta:
- O trem passa por aqui?
- Aqui, o trem passa a qualquer hora.
- Ah! sim. 
- Também quando ele passa a gente nem sente.
***

MENINO DE RUA

Sou largado no mundo
Vivo debandando de lugar
Rua , praça, calçada, ou ponte
Num espaço qualquer a ocupar.

Sou um trapo esfarrapado em órbita
Vivo a vagar, desamparado
A Família, a sociedade, a escola
Fizeram de mim um desprezado.

Sou um espaço de tempo
Vivo entre a vida e a morte
Meu quarto não tem quatro paredes
Nem janelas, nem portas da sorte.

Comida? - são migalhas da hora.
Brincar? - não sou mais criança.
Estudar? - esqueceram de me cativar.
Dinheiro? - não preciso disso.
Aniversário? - não sei nem quando eu nasci.
Cigarro? - a fumaça da desgraça.
Relógio? - Pra quê, tenho todo o tempo do mundo.
Dançar? - só na chuva ou na lama.
Amor? - só se for de um cristão.
Deus? - existe, estou vivo!
Dormir? - cubro-me com um manto, que um santo me deu.
Eu só quero colo
a Família.
***
eu e a poetisa Arinda  Ferraz

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