sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Lançamento de livro " Ângela Pires"



Mais um evento "Uma Noite de Poesias na Cidade Poema" promovido pela "Sala de Ensaio" a favor da cultura fidelense; o lançamento do livro "Poemas da Cidade Poema" e um CD da saudosa Ângela Pires. Foram momentos agradáveis onde respiramos poesia, e nos emocionamos com a arte deixada pela querida confrade "Anginha".

"Ângela está bem aqui,
na gente e por toda parte.
Nunca jamais vai partir.
Não nos deixa quem faz arte."

(Geraldo Evangelista)

"A terra cobre a vida
o canto e a poesia.
Os anjos dizem: descansa
aqui é eterna a sinfonia."

(berenice)




SEU TOQUE

(Ângela Pires)

Fim de tarde. O céu azul já se faz bordado de estrelas.
Na cidade, as primeiras luzes se acendem e depois de um dia exaustante de trabalho, sigo pelas ruas, um tanto quanto, em passos vagarosos rumo à minha residência.
Subitamente, sou acometida por lampejos de fortes lembranças: o seu toque especial e relaxador à minha espera. Sem que perceba, quase estou a correr pelas calçadas, coração acelerado. Ofegante, chego ao portão de casa e quando a porta da sala se fecha atrás de mim, já soltei os sapatos pelo tapete, joguei a bolsa na poltrona, comecei a despir-me.
Ao abrir a porta do quarto, ei-lo, estendido na cama sobre os lençóis macios e perfumados, recostado no travesseiro, de braços abertos a me chamar.
Depois de uma deliciosa ducha fria, saio envolta na toalha, o corpo ainda umedecido pelo hidratante. A luz verde do abajur completa o cenário. Chego à beira da cama, solto a toalha e me jogo por inteira sobre o seu corpo, e me deixo envolver pelos seus braços, e sinto a maciez e o calor sobre minha pele. Assim, permaneço por algum tempo. Olhos fechados, subo às nuvens, saio de órbita.
Sou despertada pelos raios do sol entrando pela janela e o barulho irritante do relógio.Me dou conta que é hora de recomeçar as atividades cotidiana. Reluto em me me desvencilhar de você. vagarosamente solto-me e me visto à sua frente, sem nenhum pudor.
Estou pronta. Mais um olhar ao redor: a cortina entreaberta, a luz apagada, você jogando em meio aos lençóis amarrotados. deslizo suavemente as mãos sobre o seu corpo,tocando-o com o rosto, num último gesto de carinho, antes de sair.
Mais um dia de luta, mas com a certeza de que, ao final da tarde, encontrarei você mais uma vez, para juntos bebermos mais uma taça de prazer, carícias mútuas, momentos extasiantes, numa fantasiosa embriaguês.
Sim, você estará ali, à minha espera, estendido, de braços abertos, em minha cama, para seduzir-me com seu toque ...
Meu pijama.

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