quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Morre ator Domingos Montagner


Que tragédia que aconteceu com o ator Domingos Montagner, de 54 anos! Acho que muitos brasileiros ficaram tristes e chorosos com a perda inesperada desse grande ator e ser humano de primeira, que transpirava arte, talento e muitas emoções. O ator foi encontrado morto, no município de Canindé do São francisco, em Sergipe. Ele desapareceu enquanto nadava nas águas do rio São francisco. Depois de gravar para a novela "Velho Chico", foi tomar banho de rio acompanhado da atriz Camila Pitanga, durante o mergulho, o ator não voltou a superfície, foi encontrado preso nas pedras, a cerca de 30 metros de profundidade. Que tristeza! ... Vida é coisa de mistério \ que mexe com a razão. Que Deus o receba de braços abertos e dê consolo a  família.

Poesia - Uma bela maneira de lembrar Domingos Montagner, não é mesmo?


Não Chore à Beira do meu Túmulo
Mary Elizabeth Frye


Não chores diante do meu túmulo
Eu não estou lá
Eu não durmo
Eu sou os mil ventos que sopram
Eu sou o diamante que cintila na neve
Eu sou o sol nos grãos maduros
Eu sou a suave chuva de outono
E quando acordares no silêncio da manhã
Eu sou a prontidão inspiradora
Das aves tranquilas circulando em voo
Eu sou as estrelas que brilham suave na noite
Não chores diante de meu túmulo
Eu não estou lá
Eu não morri

Não chore à beira do meu túmulo,
eu não estou lá ... eu não dormi.
Estou em mil ventos que sopram,
E a neve macia que cai.
Nos chuviscos suaves,
Nos campos de colheita de grãos.
Eu estou no silêncio da manhã.
Na algazarra graciosa,
De pássaros a esvoaçar em círculos.
No brilho das estrelas à noite,
Nas flores que desabrocham.
Em uma sala silenciosa.
No cantar dos pássaros,
Em cada coisa que lhe encantar.
Não chore à beira do meu túmulo desolado,
Eu não estou lá - eu não parti.

***
26\02\1962
15\09\2016



Quer saber quanto custa uma saudade \ tenha amor, queira bem e viva ausente A saudade de alguém que foi embora / de um amigo, de um amor, de um parente/ de alguém que não está mais entre a gente / com o peito adoentado a alma chora / feito gripe que de noite só piora / uma dor maior que vinte dor de dente / judiando inté do cabra mais valente / sem sentir pena, dó, nem piedade / quer saber quanto custa uma saudade / tenha amor, queira bem e viva ausente. / Tanto amor no meu peito estocado / esperando por você que já partiu / tão depressa, nem se quer se despediu / vez por outra me pergunto agoniado / se a saudade mora mesmo no passado / por que é que ela vive tão presente? / Hoje eu olho mais pra trás do que pra frente / pra lembrar que já senti felicidade / quer saber quanto custa uma saudade / tenha amor, queira bem e viva ausente. / Nessa hora, Domingos, na despedida / me permita lhe citar em poesia / um palhaço fazedor de alegria / e outros tantos personagens que deu vida / deixo aqui a minha arte estendida / pra um artista de arte tão decente / para o homem, pro marido, pai presente / pra um exemplo de caráter e honestidade / quer saber quanto custa uma saudade / tenha amor, queira bem e viva ausente. / É tão grande essa nossa agonia / mas, é menor do que a ternura em seu olhar / do que seu jeito sereno de falar / e explosivo quando a arte lhe pedia / o palhaço, qualquer hora, qualquer dia / desce a lona do circo e vai pra frente / mas contigo o circo fez bem diferente / decidiu ficar por toda eternidade / quer saber quanto custa uma saudade / tenha amor, queira bem e viva ausente."



 Mortal Loucura 
Maria Bethânia

Na oração, que desaterra... a terra
Quer Deus que a quem está o cuidado... dado
Pregue que a vida é emprestado... estado
Mistérios mil que desenterra... enterra

Quem não cuida de si, que é terra, erra
Que o alto Rei, por afamado, amado
É quem lhe assiste ao desvelado, lado
Da morte ao ar não desaferra, aferra

Quem do mundo a mortal loucura, cura
A vontade de Deus sagrada, agrada
Firmar-lhe a vida em atadura, dura

O voz zelosa, que dobrada, brada
Já sei que a flor da formosura, usura
Será no fim dessa jornada, nada

***

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