sábado, 17 de janeiro de 2015

Redação Nota Mil Enem 2015


A estudante Larissa Freisleben de 18 anos, que mora na cidade de Farroupilha, Rio Grande do Sul, tirou nota mil na redação do Enem cujo tema foi "Publicidade Infantil", citando a porquinha do desenho animado britânico "Peppa Pig", que virou febre no Brasil em 2014. Apenas 250 estudantes conseguiram atingir a nota máxima na prova de redação neste ano.

Segundo a Larissa em entrevista à Folha de S.Paulo, ela conseguiu conciliar a conclusão do ensino médio, com a as aulas do cursinho pré-vestibular e ainda não abandonou as aulas de bale.Contou que a dança ajuda na concentração. Larissa gostou do tema, e citou o desenho animado pela influência que ele tinha em seus primos, que tentavam imitar e querer os brinquedos da porquinha tão famosa. O desenho é exibido aqui no Brasil no canal fechado Discovery Kids.

Larissa disse à Folha que: "Gostei mais do que o tema anterior (lei seca).Consegui ter argumentos para essa proposta". O hábito pela leitura foi determinante para o seu bom desempenho na prova. Ela prestará vestibular para direito. Parabéns com louvor pra você Larissa!!

Leia a redação abaixo de Larissa Freisleben, publicada pela Folha de S.Paulo.

Publicidade Infantil: perigoso artifício

Uma criança imitando os sons emitidos por porcos já foi atitude considerada como falta de educação. No entanto, após a popularização do programa infantil "Peppa Pig", essa passou a ser uma cena comum no Brasil. O desenho animado sobre uma familia de porcos falantes não apenas mudou o comportamento dos pequenos como também aumentou o lucro de uma série de marcas que se utilizaram do encantamento infantil para impulsionar a venda de produtos relacionados ao tema. Peppa é apenas mais um exemplo do poder que a publicidade exerce sobre as crianças.

Os nazistas já conheciam os efeitos de uma boa publicidade: são inúmeros os casos de pais delatados pelos próprios filhos - o que mostra a facilidade com que as crianças são influenciadas. Essa vulnerabilidade é maior até os sete anos de idade, quando a personalidade ainda não está formada. Muitas redes de lanchonetes, por exemplo, valem-se disso para persuadir seus jovens clientes: seus produtos vêm acompanhados por brindes e brinquedos. Assim, muitas vezes a criança acaba se alimentando de maneira inadequada na ânsia de ganhar um brinquedo.

A publicidade interfere no julgamento das crianças. No entanto, censurar todas as propagandas não é a solução. É preciso, sim, que haja uma regulamentação para evitar a apelação abusiva - tarefa destinada aos órgãos responsáveis. No caso da alimentação, a questão é especialmente grave, uma vez que pesquisas mostram que os hábitos alimentares mantidos até os dez anos de idade são cruciais para definir o estilo de vida que o indivíduo terá quando adulto. Uma boa solução, nesse caso, seria criar propagandas enaltecendo o consumo de frutas, verduras e legumes. Os próprios programas infantis poderiam contribuir nesse sentido, apresentando personagens com hábitos saudáveis. Assim, pequenos iriam tentar imitar os bons comportamentos.

Contudo, nenhum controle publicitário ou bom exemplo sob a forma de um desenho animado é suficiente sem a participação ativa da família. É essencial ensinar as crianças a diferenciar bons produtos de meros golpes publicitários. Portanto, em se tratando de propaganda infantil, assim como em tantos outros casos, a educação vinda de casa é a melhor solução.

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