sexta-feira, 19 de março de 2010

Poetisando .. ".Inspiração"


INSPIRAÇÃO
( Berenice Seixas - poeta fidelense )

Poesia,
algo tão indefinível
inexplicável também
se tentarmos entendê-la
perderemos a razão.

É pessoal, é do poeta
é um dom que vem com a vida
é mais que criação, ou técnica
é pura inspiração!

É algo de momento
que sacode que levanta
que risca o céu, o intelecto
como um raio ou um relâmpago.

Não é uma gestação
não dá para esperar
é um aborto da alma
é um gozo à explicar.

As palavras vêem como águas
de uma represa da vida
com suas comportas abertas
fazendo força e reboliço.

Vem devastando tudo
amores, paixões e segredos
arrancando pensamentos
enraizados com a vida.

Depois de pronta, a calmaria
acabou à agitação
águas calmas e tranquilas
aquietou meu coração.

Ah! poesia,
quando em mim se achega
viro interprete e dono
são versos, trovas e contos
dê uma vida são encantos.

Poesia que invade minh'alma
inundando o coração
você que nasceu em mim
venha sempre ao meu encontro.




MADRUGADA
( Pedro Emílio - poeta fidelense )

Dois cigarros acesos no silêncio da madrugada
O meu e o teu cigarro
Uma tragada um beijo, um beijo uma tragada:
- Teu braço é o meu travesseiro quente e macio
Dois pássaros que a tempestade da noite separa
E se juntam em manhã dourada de estio
- Preciso partir, mas antes que eu diga mais nada
prende-me nos braços e entre beijos e abraços
pede-me para ficar
E como num delírio louco de amor
Começa a falar: Não, não vá embora
Deixe que o sol desponte e os pássaros comecem a cantar lá fora
Deixe que a névoa adormecida no colo azul das montanhas distantes
Desapareçam ao toque sutil da aurora.
-Que será do resto da manha se te fores,
não vês que ficarei sozinha morrendo de amores?
Esqueça a vida querido e me entregue a luz do teu olhar
Num sonho eterno e perdido
Somente agora o sol debruça em nossa janela
Com ar de malícia vem nos dar bom dia
Beijar nosso amor em eterna poesia
Louvar nosso amor nessa manhã tão bela
- Esqueça a vida querido e me entregue a luz do teu olhar
Num sonho eterno e perdido.
O que será do resto do dia se te fores,
Não vês que ficarei morrendo de amores?
Esqueça a vida querido...
O que será da tarde se te fores,
Não vês que ficarei sozinha morrendo de amores?
Deixe que a tarde caia serena
A encher de sombras e odores o caminho
Por onde há de passar sozinho
Esqueça a vida querido...
Somente agora a lua vem nascendo
Como um pintor em fina tela
Imagens vem tecendo...
Dois cigarros acesos no silêncio da madrugada
O meu e o teu cigarro...



AMOR
(Claudia Colomeni - poeta fidelense )

Amo-te assim,
Sem tirar nem pôr
Sem razão de ser
Só por bem-querer
Amo-te assim,
Na poeira fria
Da noite vazia
Que não tem mais fim.
Amo-te assim,
Sem saber em que vai dar
Nem por onde começar
E nem quando terminar
Amo-te assim!


POEMA NUBLADO
( Fátima Panisset - poeta fidelense )

Chove na rua
Chove na lua
Chove na alma
A rua está deserta
A lua, encoberta
E a alma, incompleta
Alma, lua, rua.
Rua, lua, alma
Num triste acorde que acalma
A solidão nua e crua
Que cabe dentro da palma
De minha mão.



ACASO
( Arinda Ferraz - poeta fidelense)

NO OUTONO,
Um olhar inesperado,
Como relâmpago,
Tocou meu coração,
Fiquei enamorada!
NO INVERNO,
Tarde fria,
Novamente o olhar persistente,
Como uma flecha,
Atravessou meu coração!
NA PRIMAVERA,
Em meio ao crepúsculo,
A noite não tardara,
E o olhar instalou-se
Em meu coração!
NO VERÃO,
Não resisti,
investi naquele olhar,
Mergulhei de corpo e alma,
E o meu coração ficou agradecido!


AlÉM DOS OLHOS
( J. Moreira - poeta fidelense )

Quero . . .
Te amar
Além daquilo que vejo
Neste rosto jovial,
Na sua pele sedosa
Ou do corpo escultural.
Quem vê além das curvas
Nada vê,
Além da cama!



BAILARINA
( Antonio Veloso Maia - poeta fidelense)

a pequena legenda sob a foto

na página do jornal tece antes
um nome feito de palco apenas

no poema cabe menos ainda

depois ele atravessa o verso
até cobrir e guardar por inteiro

o intenso esforço dos ensaios

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