Até chegar nestes belos quadros, hoje decorando a casa da filha, tenho uma inspiradora história pra contar. A década era setenta, tempo de namoro. Penso que algum casal de namorado, já se deparou com a situação de alguém lhe apresentar um álbum de fotos de família quando namoravam. E foi assim comigo. A sogra, mulher amável e muito bonita, veio com todo carinho me mostrar um álbum de fotos de família. Era um álbum daqueles antigos, capa grossa, folhas tipo papelão, de cor cinza, bem interessante. Fiquei admirada! Na minha infância não tive um álbum físico para guardar fotos, também, não tive fotos quando criança, ou melhor só uma, os momentos ficaram registrados na memória ou apagados com o tempo, mas bem que gostaria de ter tido um.
Folheando as páginas do álbum, me deparei com seis fotos, um pouco maior que 3x4 de um lindo menininho brincando com uma bola de futebol, e ao lado de um bolo, penso que completando um aninho. Fiquei encantada, o menininho era o namorado! Algumas fotos já estavam soltas devido ao tempo. A sogra, vendo minha admiração, e sabendo do meu gosto de guardar coisas antigas, resolveu dizer que eu poderia levar as 6 fotos, pois ficariam bem guardadas. Fiquei lisonjeada peguei as fotos e guardei com afeto e paixão por muitos anos.
Passou o tempo de namoro, noivado, casamento, os filhos nasceram, cresceram , ficaram adultos, e as fotos continuavam guardadas, juntamente com o desejo de um dia vê-las lapidadas e expostas num lindo quadro, como relíquia.
Foi depois do ano dois mil, após o casamento da filha e com a chegada da primeira neta, que consegui realizar a tal proeza de pegar as 6 fotos, emoldurá-las num lindo quadro e eternizá-las na parede e no coração da casa, foi emocionante! Foi também gratificante, ver o autor da foto admirando aquela criança que se tornou um ser humano exemplar, de boas qualidades de traços distintos e pai mui amoroso.
Mas não ficou só nisso, a vida conta histórias, que só o destino conhece. A segunda netinha chegou, para alegria de todos, ela teve a graça de conhecer um pouco a criança da foto.
Com a chegada do terceiro neto, uma surpresa, o netinho é a cara do avô. E com o passar dos meses, mais parecido ficava com aquela criança da foto, causando um reboliço na alma. Quando o netinho completou um ano, corremos para um estúdio fotográfico, pois merecia, pra fazer as seis fotos do netinho, iguais a do vovô. Isso mesmo, corremos, pois Deus tinha pressa; Deus faz certo por linhas certas. E as fotos ficaram lindas! O vovô ainda teve tempo de admirar as suas fotos, juntamente com as do netinho - Sebastião Bisneto.
Obrigada Deus
pelo tempo vivido
e escorrido entre as mãos.
Tudo é dádiva.