quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O emissário da morte



Ao findar da noite, como outra qualquer, Tâmares adormeceu. Deixando para trás as montanhas escuras, a estrada empoeirada, um quintal silêncioso. Fez sua oração costumeira em meio ao quarto aconhegante e entrou em sono e sonho profundo. 

Eis que sem permissão alguma, como um ladrão e salteador, como aquele que veio pra roubar, matar e destruir, abre a porta bruscamente e surge a sombra de um grande, pesado e grosso vulto dentro daquele simgeloso quarto. Tâmares tremeu de medo e pavor, já pressentindo tamanho mal. Sentiu-se acurralada em sua cama, enrolada em suas cobertas, e com os olhos estatelados entre as fendas das cobertas, viu e sentiu que estava diante da presença de um grande mal, do emissário da morte, da desolação, e da dor.

Diante desse quadro diabólico lhe faltou coragem, forças, de fazer o que era devidamente; um clamor ao Deus de misericórdia, um entrar na brecha, uma enterseção, uma expulsão para o lago de fogo e enxofre! O mal foi forte e visível por demais, e cada vez mais próximo, tão perto, a ponto de tocar, de empurrar, de acordar.

Corpo descompensado, assustada, levanta, ascende as luzes. Mesmo estremecida acorda alguém do seu lado e diz: pe-sa-de-lo; gran-de-mal; coi-sa ruim! O mal é assim, não tem poder, mas usa de toda a sua força maquiavélica para roubar, matar e destruir.

Passados alguns dias e noites o pavor se repete. Presentimentos malígnos que não são fáceis de esquecer, mas que um dia serão decifrados nas regiões terrestres e celestiais.

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