quinta-feira, 4 de julho de 2024

Nada de solidão


Escrevo, já escrevi muito, e preciso continuar escrevendo diante das dores sofridas com as perdas de pessoas amadas, queridas e importantes da vida, mãe, pai, irmã, marido ... Gosto de elaborar com a escrita; dor, tristeza, indignação e a tal da saudade ... Não falo de solidão. Não me sinto só, gosto da minha companhia, lido bem com a solitude e estou rodeada de pessoas que amo. Quando a dor chega, me apego com Deus, com a família e me solto na poesia, transbordando tudo aquilo que não cabe mais dentro da alma, em palavras, é a materialização dos meus sentimentos e sensações do meu mundo interior e exterior... e compartilho! Isso me ajuda e me salva desse mundo tenebroso. Com a arte da escrita vou superando a mim mesmo, vejo os acontecimentos com mais clareza, a ponto de ás vezes refletir: - quanta patetice! Recorro ao meu caderno de anotações, ao papel, a caneta e deixo o sentimento fluir ... escrevo, escrevo, escrevo  

 por  Simone Beauvoir
"Por que que eu escrevo? Porque é preciso. Nas horas mais difíceis da minha vida, rabiscar frases, ainda que nunca sejam lidas por ninguém, traz pra mim o mesmo conforto que a reza pra quem tem fé. Através da linguagem eu ultrapasso meu caso particular, eu comungo com toda humanidade. Toda dor dilacera, mas o que a torna intolerável é que quem a sente tem sempre a impressão de estar separado do resto do mundo. Partilhada a dor ao menos deixa de ser um exílio."

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