quarta-feira, 5 de junho de 2024

Guarda-roupa da afetividade

 

Hoje foi o dia que criei coragem, para desmontar aquele velho guarda-roupa, que o marido comprou pra nossa nova família, assim que nos casamos. Pra mim é difícil jogar coisas fora, parece que são pedaços de mim, da minha história que estão indo embora. Parece mentira, mais foram 42 anos de uso, estava um pouco inteiro, mas corroído de cupim, sua serventia era pra guardar coisas em desuso, coisas do passado. Era o guarda-roupa da afetividade. 

Mas, a minha emoção forte, foi desfazer daquela lembrança ainda intacta, um papel de presente sem nenhum rasgo ou amasso, ornado com desenhos de uma menininha linda, de cabelo loiro, colado na madeira, forrando uma divisória do guarda-roupa. Com os olhos esbugalhados, o pensamento foi longe demais! Foi num tempo, que assim que casei, com um bebê a caminho, resolvi pegar uma metade do guarda-roupa, aquela parte com gavetas, e reservar para o bebê, pois o guarda roupa ficava num quarto ligado ao quarto do casal, com o berço. Ali, era o quartinho do bebê! Simples, mas preparado com muito amor, carinho e criatividade. Poderia ter me dado ao luxo, mas a patetice ou a vida não quis. E tá tudo certo!

Naquele tempo era comum a grávida, não saber o sexo do bebê. E assim passaram-se nove meses ... e olha que sou curiosa. As cores usadas foram: branca, amarela, azul, nada de rosa. As amigas diziam que era uma menina, pois a barriga estava muito grande, redonda, com as bochechas gordas. 

Mas, a intuição de mãe não falha! Quando resolvi forrar o guarda-roupa, sem perceber comprei o papel com o desenho de uma linda menininha! E nem assim me atinei diante daquele sinal, que Deus já havia preparado tudo, para o abençoado nascimento da linda menina chamada Mariana! Obrigada meu Deus.


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