Voltando aos causos que a cultura popular se associa ao nascimento de Cristo, não é de forma alguma surpreendente que os insetos, o grupo zoológico dominante no planeta, estejam inseridos em alguns. Por seu caráter sagrado, Jesus exerceu, desde o nascimento, um domínio carinhoso sobre os outros animais e demais elementos da natureza. Assim, consta que os insetos, à semelhança do que fizeram outros animais, também foram à gruta de Belém para adorar o recém-nascido especial. Para não assustarem o Menino Jesus, eles ficaram apenas olhando da entrada da gruta. Mas, ao vê-los, a criança sagrada os convidou a entrar, em uma licença poético-religiosa que só as lendas podem se dar ao luxo. Os insetos correram (ou voaram) rapidamente para perto do menino, cada um deles levando um presente. A abelha (Hymenoptera: Apidae) ofereceu o doce mel; a borboleta (Lepidoptera: Rhopalocera), a beleza das cores; a formiga (Hymenoptera: Formicidae), um grão de trigo; a lagarta (provavelmente um bicho-da-seda, Bombyx mori – Lepidoptera: Bombycidae), um fio da mais fina seda. Por sua vez, não sabendo o que oferecer, a vespa (Hymenoptera: Vespidae) prometeu nunca mais ferroar alguém e a mosca (Diptera) se ofereceu para velar o sono de Jesus, mas sem proferir zumbidos desagradáveis.
Apenas um dos insetos não teve coragem de chegar mais perto, pois considerou nada ter a oferecer ao menino – ficando quietinho, tímido, parado na entrada da gruta, mas com uma tremenda vontade de ir lá perto de Jesus para dizer que também o amava. Quando já estava para ir embora, com o coração (que, como em todo inseto, é um tubo dorsal aberto nas extremidades) triste e a cabeça baixa, escutou uma doce voz infantil: “Ei, você aí, pequeno inseto, por que não chega mais perto?”, perguntou Jesus. Comovido, o inseto voou até a manjedoura e pousou na mãozinha do menino. Estava tão emocionado e feliz com a atenção recebida que seus olhos (compostos e multifacetados) encheram de lágrimas. Uma delas deslizou, grossa e brilhante, e foi cair justamente na palma da mão direita do Menino Jesus. “Obrigado” – disse a criança, sorrindo – “É um presente muito bonito”. Naquele momento, um raio de luar iluminou a lágrima. “Pronto! Virou uma gotinha de luz” – disse Jesus. “De hoje em diante vai levar para sempre com você esse raio luminoso. E seu nome vai ser vagalume” [10].
(fonte: faunaneuws.com.br)
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