Morte sertaneja
Lembrar da velha Pudina
Num humilde casebre de chão
Ressuscita o cigarro de palha
O bougainville roxo e um velho lampião.
Seus causos contava de cócoras
Em chão de terra confidente
Mulher ranzinza e de boa família.
Que abençoava muito a gente.
Da janela, o luar enamorava
Seus cabelos finos esvoaçavam
Refletindo o cúmplice clarão.
E o cigarro de palha torcido
Na padiola falecida
Trouxe morte ao sertão.
(berniceseixas abril 2007)
* A tia Pudina, magra, alta, é a terceira de vestido bem claro, ao lado do irmão. Os irmãos, começando da direita: Francisca (Chica), Carolina (Lóla), Leopoldina (Pudina), João (esposa) e Dília. São irmãos da minha avó Elcina (Cininha).
*O poema é um SONETO
Os SONETOS são geralmente produções literárias de conteúdo lírico formados, por catorze versos, dos quais dois são quartetos (conjunto de quatro versos) e dois tercetos (conjunto de três versos).
Foi provavelmente criado pelo poeta e humanista italiano Francesco Petrarca (1304 - 374). A palavra soneto (do italiano “sonetto”) significa pequeno som ao referir-se à sonoridade produzida pelos versos.
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