A foto é do carioca Lucas Landau que registrou a queima de fogos do Ano
Novo em Copacabana, onde foi compartilhada pelo próprio no facebook e
viralizou. Que foto hein!! Emocionante!
"Considerações Finais"
12/2010 Carlos Heitor Cony
Muitos anos atrás, disseram para
um menino que no dia 31 de dezembro, à meia-noite em ponto, se ele
olhasse o céu com vontade, veria
um velhinho, encarquilhado, triste,
em farrapos, indo embora para
sempre. E, em seu lugar, apareceria
um bebê gorducho e risonho, trazendo todas as promessas de uma
vida nova.
O menino acredita até hoje nesta visão, fica olhando a noite que avança sobre o mundo. Nunca viu o velho indo embora nem o bebê chegando. "Por que inventam essas histórias?", pergunta sempre a si mesmo.
Reparava que nas ruas, em todas as casas, havia luzes, soltavam fogos, todos comemoravam o ano novo que se abria para cada um. O menino desistia de ficar triste, mas sempre descobre que o ano novo não está lá em cima, no espaço da noite, mas dentro dele mesmo.
Teria agora um novo ano para realizar seus sonhos, dia após dia, ele faria renascer a confiança em suas pequenas vitórias, provando a alegria de quase nada, de tentar merecer um futuro. De certo modo, o menino se sentia o próprio ano novo que chegava, com a mensagem de uma certeza que ele ainda não sabia o nome, mas tinha o gosto e a força da esperança.
O menino acredita até hoje nesta visão, fica olhando a noite que avança sobre o mundo. Nunca viu o velho indo embora nem o bebê chegando. "Por que inventam essas histórias?", pergunta sempre a si mesmo.
Reparava que nas ruas, em todas as casas, havia luzes, soltavam fogos, todos comemoravam o ano novo que se abria para cada um. O menino desistia de ficar triste, mas sempre descobre que o ano novo não está lá em cima, no espaço da noite, mas dentro dele mesmo.
Teria agora um novo ano para realizar seus sonhos, dia após dia, ele faria renascer a confiança em suas pequenas vitórias, provando a alegria de quase nada, de tentar merecer um futuro. De certo modo, o menino se sentia o próprio ano novo que chegava, com a mensagem de uma certeza que ele ainda não sabia o nome, mas tinha o gosto e a força da esperança.
***
* Morreu na noite se sexta feira (05/01), aos 91 anos, o jornalista e
escritor Carlos Heitor Cony, e membro da Academia Brasileira de Letras
desde 2000. Ganhou prêmio Machado de Assis pela obra, em 1996. Fato
engraçado, ele só aprendeu a a falar aos 5 anos.
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