quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Semana Cultural "Festival de Poesia de Poetas Fidelenses"

- Escritores - Banda 22 de outubro - 
 Contação de histórias : Manoela Hespanhol
 Instituto Musical "Ritmus"
 Festival de Poesia de Poetas Fidelenses
- Premiação - Festival de Poetas Fidelenses - 1º- 2º- 3º Lugares

A Semana Cultural esta sendo um marco artístico e literário na nossa querida Cidade Poema.Hoje dois jovens escritores Gabriel Edgar (17) e Natany Fernandes (14) se apresentaram na tenda da praça para levar palavras de incentivo a leitura.A contação de histórias ficou por conta de Manuela Hespanhol que encantou a platéia com seus bonecos e histórias divertidas.A noite fomos presenteados com uma belíssima apresentação do "Instituto Musical Ritmus", o som que entoaram foi de alta qualidade e agradável de se ouvir, merece aplausos e honra de um bis. Logo a seguir aconteceu o Festival de Poesia de Poetas Fidelenses, o qual participei defendendo meu próprio poema "Literatura de Cordel", onde uma nordestina arretada e um tanto avexada se fez presente rsrsr. Meus colegas poetas fizeram bonito, e foram merecidamente premiados. Na praça de alimentação show musical "Roda Cultural".O evento continua de vento em popa, quer dizer muito bom!Até Mais!

PREMIAÇÃO:
1º Lugar - "JAZ" - Thiago Yuri
2º Lugar - "O QUE NÃO É PRECISO DIZER" -  Geraldo Evangelista
3º Lugar - "VIAJANTE DOS SONHOS" -  Gustavo Polycarpo
Melhor Intérprete - Thiago Yuri
Menção Honrosa - Aline Reis

JAZ
(Thiago Yuri)

Como num sonho dantesco,
Encontrei -me com a morte, perambulando pela vida,
Inda, distante, bem distante. Porém como uma bússola
Que sempre aponta para o norte,
era inegável que ela apontava em minha direção.
Então desafiei: Venha! Mas não trajando preto
Tampouco cheirando a formol, que essa práxis ultrapassada,
Não assusta mais ninguém.

Venha, de um trombadinha que gostou da minha blusa nova;
De uma doença sem cura; um desastre de carro;
de uma bala perdida que nem estava tão perdida assim ...
Qu quiça do meu coração que deveras cansado decide parar de bater.

Sei que virar sem  avisar,
E deixarei minhas meias sujas no canto da sala;
Minha mãe me esperando para mais um almoço.
Minha namorada pranto, esperando uma ligação que nunca irá receber;
E aos amigos no mesmo bar de sempre, com o meu copo de chopp
Já quente, esperando que alguém beba por mim.

E mexerão nas minhas roupas, meus livros, perfumes, discos,
E até mesmo naquele favorito do Rolling Stone
Logo aquele em que eu dizia: neste ninguém põe as mãos.

E ano após, no dia dos fies defuntos.
parentes, filhos amigos e amores, caminharão em romaria
Carregando rosas tantas,
na única rua da cidade em que todos são iguais.

A morte só me tirou a vida
A vida tudo me tirou.

O que levei?
Nem mesmo os espinhos das flores me sobraram
Com a brisa do crepúsculo voaram dentre os outros túmulos.
Este sou eu, pó, pele, carne, osso e pó.
A mim, cabe resignar-me perante a perene verdade.
De que tudo que tive, nada me pertenceu.

***

O QUE NÃO É PRECISO DIZER
(Geraldo Evangelista)

Por mais que a poesia
Transcenda, com seus versos,
o universo,
não deve ser difícil, para um poeta,
assumir
que, diante de ti,
até a beleza do poema,
do tamanho que se deseja,
ou por maior que seja,
ainda é pequena.

Por mais que a ciência
decifre o mundo,
desvendando os mistérios
mais profundos,
não deve ser difícil
para um avançado cientista,
sem disfarce,
conformar-se
com o limitado poder
de alquimista
que, por mais que venha ter
o domínio de saber,
não te explica.

Por mais que a história
seja um fato consumado,
e que todo o nosso tempo
não possa ser mudado,
não deve ser difícil
para um historiador
entender
que algum ser
jamais te contaria,
através de escrita ou de fala,
porque tu não passas ...
pois que és todos dias.

Por mais que se comprovem
que são os astros que nos movem,
não deve ser difícil
para os astrônomos
estudiosos do que somos,
entenderem como supérfluos,
mesmo depois de tantos séculos,
os seus estudos.
Pois que só tu,
abaixo do universo azul,
és o passado, o presente e o futuro.

Por mais que se preguem ...
Por mais que a palavra dita seja ouvida,
não deve ser difícil
para a humanidade entender
o que não se precisa dizer.
Dizer o que, do teu destino?
Se até o menino Deus, Jesus,
quando ao mundo bem nos veio,
foi, justo, bem por meio
do teu poder de luz.

***

VIAJANTE DOS SONHOS
(Gustavo Polycarpo)

Vi um rei debruçado em outro tom de olhar
Borbulhando incógnitas
Primas óticos.
Viajante de sonhos perdidos
Sussurrou-me no ouvido:
- Não, conquista não há;
pois onde foi que ficou o que fomos
ou será numa empresa falida
ou terá sido uma briga
ou um míssil em ação?
Carcomeram os vislumbres do ovo
Que poderiam dar novas
Alegrias de estar.

Vi um rei sem castelos sem miramar
Com olhos molhados
Derramando uma lágrima
Que ao cair transbordava em língua
varejava absorta
E dizia pra mim que :
- Cansei de andar sempre escondida
E parei em algum ponto da estrada
Mas não via a passagem
Dos andares a andar;
Pois o ir é estar sempre encontrando
Calcanhar, trilha, pé e mão
- as pegadas no chão?

***

LITERATURA DE CORDEL
(Berenice Seixas)

De volta à Cidade Poema
Por conta de uma baldeação
Retirando a mala do ônibus
Algo me chamou a atenção
Seis folhetos ali deixados
Foi para mim um presentão.

Deixados, não sei por quem
Talvez por esquecimento
Peguei todos com carinho
Trouxe -me enriquecimento
São de autores nordestinos
Cultura e conhecimento.

São folhetos bem simples
De fácil comunicação
Com linguagem popular
Tem respeito e tradição
Literatura de Cordel
Que cresceu lá no sertão.

A história que retrata
É do famoso cangaceiro
Virgolino  Lampião
E seus fiéis companheiros
Cabra macho e valente
Matou muitos por dinheiro.

De grande valor literário
Poético e verdadeiro
Mostra que a sua força
Vem do nordeste brasileiro
Levando esta arte à punho
O Cordel para o mundo inteiro.
***

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