MENINO DE RUA
Sou largado no mundo
Vivo debandando de lugar
Rua , praça, calçada, ou ponte
Num espaço qualquer a ocupar.
Sou um trapo esfarrapado em órbita
Vivo a vagar, desamparado
A Família, a sociedade, a escola
Fizeram de mim um desprezado.
Sou um espaço de tempo
Vivo entre a vida e a morte
Meu quarto não tem quatro paredes
Nem janelas, nem portas da sorte.
Comida? - são migalhas da hora.
Brincar? - não sou mais criança.
Estudar? - esqueceram de me cativar.
Dinheiro? - não preciso disso.
Aniversário? - não sei nem quando eu nasci.
Cigarro? - a fumaça da desgraça.
Relógio? - Pra quê, tenho todo o tempo do mundo.
Dançar? - só na chuva ou na lama.
Amor? - só se for de um cristão.
Deus? - existe, estou vivo!
Dormir? - cubro-me com um manto, que um santo me deu.
. . . eu só quero colo
a família.
(autoria: berenice)
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