Após uma década de silêncio, a escritora mineira Adélia Prado lança o livro de poesias " A Duração do Dia". Os temas que sempre lhe estimularam, como o amor, o divino, o sofrimento e a passagem do tempo estão de volta em muitos momentos. " A Duração do Dia" já iniciou faturando premiações, como o Prêmio Literário da Fundação da Biblioteca Nacional e a estatueta da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA), ambos na categoria de poesia.Para a autora Adélia Prado de 75 anos, nascida em Divinópolis, Minas Gerais, a poesia e a fé são manifestações de revelação da realidade através de um processo divino, a mesma fonte da graça.
TÃO BOM AQUI
Me escondo no porão
para melhor aproveitar o dia
e seu plantel de cigarras.
Entrei aqui pra rezar,
agradecer a Deus este conforto gigante.
Meu corpo velho descansa regalado,
tenho sono e posso dormir,
tendo comido e bebido sem pagar.
O dia lá fora é quente,
a água na bilha é fresca,
acredito que sugestiono elétrons.
Eu só quero saber do microcosmo,
o de tanta realidade que nem há.
Na partícula visível de poeira
em onda invisível dança a luz.
Ao cheiro de café minhas narinas vibram,
alguém vai me chamar.
Responderei amorosa,
refeita de sono bom.
Fora que alguém me ama,
eu nada sei de mim.
eu nada sei de mim.
Em A Duração do Dia, por exemplo, há um poema, O Ditador na Prisão, em que Adélia trata do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein. "A poesia não é nem nasce necessariamente do bem-estar", afirma. "Ela vem apesar e por causa de tudo. Por isso nos consola tanto. A tristeza num poema é alegria, ainda que lacrimosa."
Apesar da variedade de temas (há até uma poesia intitulada Harry Potter, em que ela relembra brincadeiras com galinhas da época de criança), Adélia acredita revelar-se por meio dos versos. "Penso que um autor se escreve", observa. "Seu texto é ele mesmo, nem ficção científica escapa. Portanto, se faz uma coisa só, vista a luzes e profundidades diferentes. Do meu limite não há como sair."
Graças a Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), Adélia publicou "Bagagem" (1976), seu primeiro livro. O escritor Affonso Romano de Sant'Anna enviou os originais da obra para a apreciação do poeta. Drummond considerou os poemas fenomenais e indicou sua publicação. À época, Adélia tinha 40 anos.
Dois anos depois, ela ganhou o prêmio Jabuti por "O Coração Disparado". Em 2006, estreou na literatura infantil com "Quando Eu Era Pequena". Adélia é autora de "Filandras", "Terras de Santa Cruz", "Quero Minha Mãe", "O Pelicano", "Oráculos de Maio", entre outros volumes.
(fonte:net)
Apesar da variedade de temas (há até uma poesia intitulada Harry Potter, em que ela relembra brincadeiras com galinhas da época de criança), Adélia acredita revelar-se por meio dos versos. "Penso que um autor se escreve", observa. "Seu texto é ele mesmo, nem ficção científica escapa. Portanto, se faz uma coisa só, vista a luzes e profundidades diferentes. Do meu limite não há como sair."
Graças a Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), Adélia publicou "Bagagem" (1976), seu primeiro livro. O escritor Affonso Romano de Sant'Anna enviou os originais da obra para a apreciação do poeta. Drummond considerou os poemas fenomenais e indicou sua publicação. À época, Adélia tinha 40 anos.
Dois anos depois, ela ganhou o prêmio Jabuti por "O Coração Disparado". Em 2006, estreou na literatura infantil com "Quando Eu Era Pequena". Adélia é autora de "Filandras", "Terras de Santa Cruz", "Quero Minha Mãe", "O Pelicano", "Oráculos de Maio", entre outros volumes.
(fonte:net)
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